quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

TERGI_VERSO




Tergi_Verso

Das categorias aristotélicas
às kantianas verdades
apriorísticas ou a posteriori.

Das dialéticas socráticas
à convergência na complexidade
do Teillard de Chardin.

Da engeliana dialética
à hegeliana espiritualidade
pré-materialista.

Tudo isso não abole
por mais que bula,
receita, dogma, potência e ato,
o hiato do ser como é,
diferente da abstração
que o conceitua!...

Mudo os paradígmas,
muda o mundo,
e o mundo muda mudo...

Penso que sou dono da verdade
e nesse momento juro existir um touro
entre a cerca e o muro.
E tudo faço como
se ele existisse
e até subiria em coqueiros
que vejo no meu estrabismo
de bêbado que sou,
como você, a vida inteira.

E tudo é como é,
do amigo Zé,
o touro que não existiu.

Mas somos
o touro e eu indissociáveis
quando penso: ele existe.

Essências que não conheço...
Relações que percebo
ora verdadeiras e falsas
ambiguamente...

Eu sou somente
aquilo que sou ou penso ser
quando tudo que não pensa, é!
como não pensa que é...
tão simplesmente.

Mas também não precisaria
beber a vida inteira
para descobrir
que a vida é bebedeira.

Marco Bastos





Um comentário:

Vania de Castro disse...

Parabéns, prof. Marco Bastos.
Seus poemas nos levam à reflexão.
Meu carinho,
Vania