O QUARTO
O quarto onde eu durmo
é um escritório
que veio a ser quarto de dormir,
no dia em que cedi,
à minha mãe que adoeceu,
o quarto onde eu dormia.
Fica na frente da casa,
diferente. tem uma janela
que se abre para o céu
que entra teimoso na varanda
passando entre os arbustos
que dão sombra, nos canteiros.
O quarto do fundo, mais abrigo,
é suave, e pouco mais escuro.
a luz vem pela janela pequena
que se abre sobre o espaço
que há entre o corpo da casa
e lá, um opaco muro antigo.
Aqui o micro canta e conversa
cabeça solta para o mundo.
no outro, não era sempre
que eu conversava com gente
mas sonhava...sonhava lá,
frequentemente...
Lá tem uma cama de ferro
e no meu recôndito sossego,
às vezes, de dia via estrelas...
aqui tem um telescópio,
ópio de lentes curiosas,
para ver aglomerados solitários.
Ali fora, na varanda o canário
canta, e a gaiola é o mundo.
no compasso me diz o que eu sabia
- tranquilidade não é espaço;
é sumo de um não-sei-o-quê, e rumo!
Penduro a camisa no telescópio, e durmo...
Marco Bastos
dez/2006.
UMA DISCUSSÃO SOBRE OS IDOSOS NO BRASIL
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