terça-feira, 12 de março de 2013

CARTINHA DE MANHÃ CEDO




CARTINHA DE MANHÃ CEDO
Marco Bastos

Estou aqui, Facebook, só pensando. E como sempre acontece, quem olha alguém que pensa, pensa que o outro não está fazendo nada. E vice-versa. 
Pelo menos, esse vice versa. 

E, como passou o tempo das bancas de jornais e o Sol ainda se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas e Cardinales bonitas, abri a minha janela, e fiz minha reverência: 

Alegria-Alegria - Bom dia, Sol; bom dia, passarinhos; bom dia, árvores, nuvens e o azul do céu. Bom diiiia, Dia! - Está gostoso o seu perfume na brisa da manhã!. rs.

E fui ver o mundo através das minhas janelinhas (ou seriam escotilhas?) que só mostram o que querem mostrar - mundo grande e antigão; treze bilhões de anos, treze bilhões de anos-luz! a partir do Big-Bang - nem pensar em criação, renovação contínua, que isso vai contra a irradiação de fundo. Então, toda a matéria está contida nesse paraboloide-hiperbólico que se vê; e os outros muitos por cento que não se conhece  são matéria-escura.

E brilham os sóis e as inteligências - as conhecidas e as que ainda se procura no Universo. E o bichinho é teimoso e presunçoso - habitabilidade nos exoplanetas é mesmo coisa muito importante. 

Imagine você que o ET que vive naquela estrelinha próxima, (65 milhões de anos-luz é um nada no Universo) hoje constatou e certificou-se que a Terra é habitada por dinossauros, ameaçados por um grande asteroide. Solícito, altruísta e amistoso, não perdeu um segundo para avisar, a nós dinossauros, para termos cuidado. Certamente os nossos descendentes mutantes, ao receberem a mensagem daqui a outros 65 milhões de anos, agradecerão as providências, após registrarem nos chips da história que nós homens fomos uma lenda quase esquecida sobre a Terra. 

Coitado daquele ET! - para ele, nesses breves 130 milhões de anos, entre esses dois momentos, na Terra só houve os dinossauros e um outro ser que não sabemos como vai ser. Sem respostas, morreu há milhões de anos, rezando ao Criador e escrevendo poesias solitárias, sentindo-se tão sozinho em um mundo tão vazio.

Bom dia, Dia! - por favor dê um pause nas calendas do Universo que vou ali correndo para pegar a roupa na lavanderia. Nessa vida atual não se tem mais tempo para nada!

J.S.Bach - Air On the G String

2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

É, amigo Marco!
Só com Bach mesmo para aliviar o atual panorama...
Abraço,
Jorge

Unknown disse...

Será que há poesia nos exoplanetas?